Violência atinge jovens de forma desigual no Brasil, aponta estudo da Fiocruz

Os números mostram que 65% das mortes na população jovem - o equivalente a 84.034 óbitos entre 128.826 registrados - resultam de causas externas, como violências e acidentes. Os adolescentes e jovens adultos aparecem como as principais vítimas, com padrões distintos conforme a faixa etária.

Entre jovens de 15 a 19 anos, predominam os casos de violência física em situações de conflito. Já na faixa de 20 a 24 anos, a taxa de mortalidade por causas violentas chega a 390 óbitos para cada 100 mil habitantes.

A análise por cor da pele revela disparidades alarmantes: jovens pretos e pardos representam 54,1% das notificações de violência no SUS e 73% dos óbitos por causas externas. Homens jovens negros apresentam taxa de mortalidade de 227,5 para cada 100 mil habitantes.

O estudo também destaca que as mulheres são as maiores vítimas das violências notificadas em todos os estados, com destaque para as adolescentes de 15 a 19 anos. No Distrito Federal e no Espírito Santo, registra-se um caso de violência para cada grupo de 100 mulheres.

Outro dado preocupante mostra que jovens com deficiência foram vítimas em 20,5% das notificações, muitos deles com transtornos mentais, comportamentais ou deficiência intelectual.

Os pesquisadores alertam para a necessidade de políticas públicas específicas que considerem essas diferenças no enfrentamento à violência entre a população jovem do país.

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