Presidente cobra união global no enfrentamento das mudanças climáticas

Durante visita oficial à Malásia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil apresentará, na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), um novo mecanismo internacional de financiamento ambiental voltado à preservação das florestas e dos ecossistemas. O projeto, denominado Fundo Florestas Tropicais para Sempre, tem o propósito de recompensar financeiramente os países que protegem suas áreas naturais, reconhecendo o papel essencial dessas regiões para o equilíbrio climático do planeta.

O presidente destacou que, desde o Acordo de Paris, o mundo ainda não conseguiu reunir os recursos necessários para uma transição energética justa e planejada. Segundo ele, a busca desenfreada por lucros tem agravado a degradação ambiental e pode levar milhões de pessoas à pobreza extrema até 2030, caso as políticas de enfrentamento à crise climática não avancem com rapidez.

O discurso foi feito durante cerimônia na Universidade Nacional da Malásia, onde Lula recebeu o título de doutor Honoris Causa em Desenvolvimento Internacional e Sul Global. Na ocasião, ele lembrou que o Brasil já destinou US$ 1 bilhão ao fundo, que poderá beneficiar mais de 70 países com florestas tropicais que buscam adotar políticas sustentáveis.

O presidente classificou a próxima conferência como a “COP da verdade”, afirmando que o evento deve marcar uma mudança concreta na forma como as nações lidam com a crise climática. Ele criticou o fato de apenas uma parte dos países ter apresentado novas metas de redução de emissões e ressaltou que apenas 14 grandes emissores vêm cumprindo efetivamente seus compromissos.

Lula também alertou para a proximidade do chamado ponto de não retorno, momento em que as alterações climáticas se tornam irreversíveis, citando a mortalidade dos recifes de corais e a ameaça de colapso das florestas tropicais. Para ele, conter o aquecimento global abaixo de 1,5°C é essencial para garantir a preservação da vida e o direito a condições dignas para as 30 milhões de pessoas que vivem na Amazônia brasileira.

A agenda presidencial na Malásia segue até o dia 28 de outubro, com reuniões voltadas à cooperação econômica e parcerias ambientais com países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). Lula também poderá se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para negociar a redução das tarifas aplicadas a produtos brasileiros exportados para o mercado norte-americano.

© Ricardo Stuckert/PR

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