9ª edição da Medalha Tereza de Benguela homenageia 11 mulheres em Guarujá

Nesta quarta-feira (23), às 19 horas, no Teatro Procópio Ferreira (Av. Dom Pedro I, 350 – Jardim Tejereba), acontece a 9ª edição da Honraria Medalha Tereza de Benguela. A organização do evento é da Prefeitura de Guarujá, por intermédio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (Sedhuci). A iniciativa vai reconhecer 11 mulheres negras da Cidade que se destacam na luta por igualdade, justiça e valorização da cultura afro-brasileira.

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7/23/20252 min read

O evento remete ao Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, comemorado em 25 de julho no Brasil, instituído pela Lei n° 12.987/2014.

As homenageadas desta edição da Medalha Tereza de Benguela são as aposentadas Benedita dos Santos Reis e Elizete Santos da Silva; a professora Célia de Oliveira Lima; a professora aposentada Marli Nascimento; a vendedora Jaqueline de Jesus Duarte; a empreendedora Mariana Vitória Gomes dos Santos; a coordenadora de RH Michelli Barreto Dias Silva; a assistente social Rebeca Pires dos Santos de Oliveira; a advogada Roseli Aparecida Costa Veiga de Morais; a doméstica Vânia Regina de Oliveira Lucas e a enfermeira Thais Alves Santos.

Sobre Tereza de Benguela

Embora seu local exato de nascimento seja incerto, sabe-se que essa mulher quilombola marcou a história ao liderar, por cerca de duas décadas, uma comunidade de negros e indígenas às margens do rio Guaporé, na então Capitania de Mato Grosso.

Tereza, que havia fugido da, uniu-se a José Piolho, o então chefe do quilombo. Após a morte de Piolho na década de 1740, Tereza ascendeu à liderança no início dos anos 1750, assumindo as rédeas do Quilombo do Piolho, também conhecido como Quilombo do Quariterê. Sob sua notável gestão, a comunidade floresceu, resistindo bravamente às investidas coloniais.

O Quilombo do Quariterê era um exemplo de organização e autossuficiência. Tereza implementou um sistema de parlamento, onde deputados se reuniam semanalmente para tomar decisões sobre a administração do quilombo. A rainha quilombola comandava não apenas a estrutura política e econômica, mas também a administrativa e de defesa do local.

A resistência do Quilombo do Piolho perdurou até 1770, quando foi brutalmente destruído. A população, composta por 79 pessoas negras e 30 indígenas, foi morta ou aprisionada. Os sobreviventes foram submetidos à humilhação pública, marcados a ferro com a letra "F" – de "fujão" ou fugitiva/o – e devolvidos aos seus antigos senhores.

Apesar do trágico fim do quilombo, a memória de Tereza de Benguela e sua incansável luta por liberdade, justiça e autonomia ecoam até os dias de hoje, consolidando-a como um símbolo eterno de resistência e liderança feminina negra na história do Brasil.