Moradores de Paraisópolis recebem endereço digital

A comunidade de Paraisópolis, uma das maiores da capital paulista, passou a contar com um recurso inédito de endereçamento. Aproximadamente 100 mil famílias receberam placas com um código digital que identifica com exatidão a posição de cada imóvel no mapa. Chamado de Plus Code, o sistema permite que a residência seja localizada de forma imediata em aplicativos como Google Maps e Waze, favorecendo desde o atendimento de emergência até a entrega de mercadorias.

O funcionamento do Plus Code é gratuito e utiliza códigos curtos desenvolvidos pelo Google. Eles se baseiam em coordenadas de latitude e longitude, como as usadas em aparelhos de GPS, substituindo a necessidade de ruas e números tradicionais.

A ação foi implantada em parceria pelo Google, pelo G10 Favelas e pela startup de logística Favela Brasil Xpress. Iniciado em 2022, o projeto foi concluído neste ano, garantindo cobertura integral em Paraisópolis. A comunidade foi uma das primeiras do Brasil a receber a iniciativa, ao lado de regiões rurais e da favela do Guarani.

De acordo com Wilson Rodrigues, gerente de parcerias do Google e responsável pelo programa no país, o resultado representa um avanço significativo: “É uma satisfação ver a conclusão desse trabalho e proporcionar, com uma tecnologia acessível, que moradores e empreendedores de Paraisópolis estejam definitivamente incluídos no mapa”.

Para Gilson Rodrigues, líder do G10 Favelas, mais de 360 mil endereços digitais já foram implementados em diferentes pontos do Brasil. A meta é alcançar pelo menos 100 comunidades em todo o território nacional. “Essa conquista vai além da localização, é uma afirmação de cidadania. O endereço digital mostra que a favela existe, resiste e tem identidade”, destacou.

O fundador da Favela Brasil Xpress, Giva Pereira, ressaltou que a medida também traz valorização social: “Paraisópolis foi a primeira favela da América Latina a aplicar e validar o modelo com êxito. Esse passo abre caminhos para novos negócios, melhora a logística e fortalece a autonomia da comunidade, reforçando dignidade e inclusão para seus moradores”.

© Rovena Rosa/Agência Brasil

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