Ministério da Cultura lança campanha Cultura Negra Vive 2025 e reforça compromisso com a valorização da ancestralidade
O Ministério da Cultura (MinC) lançou, no dia 5 de novembro, a campanha Cultura Negra Vive 2025, uma ação permanente que celebra a importância das culturas negras brasileiras na formação da identidade nacional. A iniciativa estabelece uma conexão simbólica entre o Dia Nacional da Cultura (5 de novembro) e o Dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro), destacando a cultura negra como elemento essencial da cultura brasileira e instrumento de transformação social.
A campanha também evidencia o papel da Fundação Cultural Palmares, vinculada ao MinC, que atua em conjunto com o Ministério da Igualdade Racial (MIR) para promover a igualdade racial, combater o racismo e valorizar a ancestralidade africana como base da cultura e da história do país.
Mais do que uma celebração, a ação reafirma o papel da cultura como eixo central na luta contra o racismo e na construção de uma sociedade mais justa e plural. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou que a campanha simboliza um novo momento para o setor cultural, marcado por políticas públicas de reparação, inclusão e reconhecimento.
Segundo a ministra, a gestão atual busca desenvolver políticas culturais permanentes e abrangentes que contemplem a diversidade afro-brasileira como parte essencial do projeto de país proposto pelo governo. “Falar de políticas culturais para a população negra é falar de reparação racial e de futuro”, afirmou.
Entre os avanços apontados estão a revitalização da Fundação Cultural Palmares e a consolidação da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, que amplia o acesso às políticas culturais em todo o território nacional.
Ações afirmativas e políticas de inclusão cultural
O Ministério da Cultura tem reforçado o princípio constitucional do direito à cultura por meio de políticas afirmativas que promovem inclusão, reparação e valorização da diversidade cultural brasileira.
Essas medidas buscam corrigir desigualdades históricas, permitindo que comunidades e grupos antes marginalizados possam criar, produzir e difundir suas próprias expressões artísticas. Mariana Braga, chefe da Assessoria de Participação Social e Diversidade do MinC, ressaltou que “as ações afirmativas reconhecem as desigualdades, constroem caminhos concretos para enfrentá-las e transformam o direito à cultura em uma realidade viva e democrática”.
Essas políticas estão reunidas no Programa Nacional de Ações Afirmativas na Cultura, que se manifesta por meio de cotas, editais específicos, critérios diferenciados, acessibilidade e formação, abrangendo estados e municípios por meio da Lei Paulo Gustavo e da Política Nacional Aldir Blanc.
Fundação Cultural Palmares: herança e fortalecimento da ancestralidade
A Fundação Cultural Palmares desempenha papel central na promoção da cultura afro-brasileira. Para o presidente da instituição, João Jorge Rodrigues, celebrar a herança negra é um passo fundamental para a construção de um Brasil mais justo.
Segundo ele, valorizar a cultura afro-brasileira significa também combater desigualdades e criar condições para que novas gerações reconheçam suas origens e construam caminhos de pertencimento e liberdade. A Fundação segue apoiando iniciativas culturais, fortalecendo a ancestralidade e estimulando a criatividade negra em todo o país, promovendo o diálogo entre tradição e inovação.
Mobilização nacional pela igualdade racial
A campanha Cultura Negra Vive 2025 também estimula uma ampla mobilização em todo o país por meio do Mapa do Brasil pela Igualdade Racial, desenvolvido em parceria com o Ministério da Igualdade Racial. A iniciativa dá visibilidade a ações e celebrações culturais negras realizadas em novembro.
Instituições, coletivos e cidadãos podem cadastrar seus eventos e atividades, que serão incorporados ao Mapa e destacados como parte da campanha. A proposta é ampliar a visibilidade das manifestações locais, fortalecer redes culturais e incentivar o intercâmbio de experiências em diferentes regiões do país — das comunidades quilombolas às periferias urbanas, dos terreiros aos centros culturais.
Em breve, será lançado o caderno institucional Cultura Negra Vive, reunindo programas, editais e políticas públicas voltadas à valorização da cultura afro-brasileira. O material apresentará ações desenvolvidas por todas as secretarias e entidades vinculadas ao Sistema MinC, abrangendo desde o fomento a artistas e coletivos negros até a promoção da igualdade racial nos espaços de decisão e criação artística.
De acordo com a ministra Margareth Menezes, a campanha é um gesto de reconhecimento e fortalecimento da cultura negra em todas as suas expressões. “É uma forma de valorizar a força da cultura negra em cada território e fortalecer as redes que constroem, todos os dias, um Brasil real, plural e diverso”, afirmou.


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