Lei Maria da Penha: 19 anos entre avanços e obstáculos na proteção feminina

Dados oficiais evidenciam um paradoxo: mesmo com legislação tida como modelo, a violência doméstica avança no Brasil. Diariamente, quatro mulheres são vítimas de feminicídio e mais de dez sobrevivem a tentativas de assassinato – 80% cometidos por parceiros ou ex-companheiros.

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8/9/20251 min read

Proteção sob risco

  • 121 mortes ocorreram sob medidas protetivas nos últimos dois anos;

  • 101.656 ordens judiciais foram desrespeitadas em 2024;

  • Mulheres negras (63,6%) e jovens (70,5%) são as mais atingidas.

Falhas na aplicação

Especialistas apontam:

  • Medidas protetivas: Agilidade na concessão não garante efetividade. "É crucial agir quando violadas", destaca Isabella Matosinhos (Fórum Brasileiro de Segurança Pública);

  • Fragilidade institucional: Serviços de saúde, assistência social e segurança atuam de forma desconectada, especialmente fora das capitais;

  • Fiscalização insuficiente: Ausência de monitoramento rigoroso sobre agressores.

Caminhos possíveis

  • A norma reconhece violência psicológica e prevê reeducação de agressores;

  • "Políticas devem refletir a complexidade da vida das mulheres", ressalta Amanda Lagreca (UFMG);

  • Educação contra agressões de gênero em ambientes escolares surge como estratégia fundamental.

A consolidação da lei demanda investimento e articulação entre setores públicos.