ECOTURISMO NA BAIXADA SANTISTA:
DESCOBRINDO A ALMA CAIÇARA DO LITORAL PAULISTA
ECOTURISMO
7/23/20252 min read


Na Baixada Santista, o ecoturismo transcende o conceito convencional de lazer, transformando-se em uma imersão na cultura caiçara e nos ecossistemas costeiros que moldam a identidade do litoral de São Paulo. Entre manguezais, ilhas preservadas e trilhas ancestrais, a região oferece uma experiência autêntica de reconexão com a natureza e saberes tradicionais.
Em Peruíbe, o Parque Estadual Serra do Mar (Núcleo Itutinga-Pilões) revela trilhas que cortam a Mata Atlântica até cachoeiras cristalinas, como a do Perequê. Já em Cananéia, última cidade do litoral sul paulista, o Lagamar — maior contínuo de manguezais do Brasil — torna-se palco para observação de botos-cinza e passeios de canoa caiçara pelos canais da Ilha do Cardoso. Guias locais, muitos descendentes de quilombolas, compartilham técnicas de navegação e histórias de resistência cultural.
Santos, polo urbano da região, surpreende com iniciativas como o Orquidário Municipal, refúgio de fauna silvestre, e o Projeto Mantas do Brasil, que alia pesquisa científica com turismo educacional para monitorar raias-manta no estuário. Em Bertioga, a Rota do Cambuci convida a uma jornada gastronômica sustentável: comunidades tradicionais recebem visitantes para colher o fruto nativo e produzir geleias, licores e polpas, gerando renda enquanto preservam a floresta.
O ecoturismo aqui também se revela em infraestruturas conscientes. Pousadas como a Ubatubaúna, em Guarujá, utilizam energia solar e arquitetura integrada à restinga, enquanto pescadores de São Vicente oferecem "rotas de pesca artesanal", ensinando técnicas de anzol que evitam capturas acidentais de espécies ameaçadas.
Estudos do Instituto Oceanográfico da USP comprovam o impacto positivo dessas práticas: áreas com turismo comunitário organizado, como o Quilombo do Mandira (Cananéia), registraram aumento de 30% na preservação de manguezais na última década. A economia circular gerada fortalece desde a venda de artesanato com fibras de bananeira até a valorização da culinária baseada em peixes de rede própria.
Para vivenciar a Baixada Santista com responsabilidade:
Busque operadores credenciados pela Associação de Turismo de Base Comunitária do Litoral Paulista;
Respeite zonas de restrição ecológica, como os berçários de crustáceos em manguezais;
Priorize o período de baixa temporada (outubro a maio), reduzindo pressão sobre ecossistemas.
A região prova que ecoturismo não é sobre destinos remotos, mas sobre deslocar o olhar. Em cada canoa que desliza pelos canais do Lagamar, em cada trilha caiçara aberta à sombra da Serra do Mar, reencontramos um Brasil essencial — onde natureza e humanidade escrevem, juntas, uma história de pertencimento.
Box de Destaque:
"ECOTURISMO NA BAIXADA SANTISTA EM 4 PILARES"
Conservação costeira: proteção de manguezais, restingas e ilhas;
Cultura caiçara: roteiros com mestres de canoa, benzedeiras e pescadores artesanais;
Pesquisa aplicada: turismo científico com instituições como o Aquário de Santos;
Certificação comunitária: projetos com selo da Fundação Florestal.