Crimes Cibernéticos: 64% das denuncias envolvem abuso infantil aponta SAFERNET

Um relatório divulgado pela SaferNet Brasil nesta quarta-feira (20) revela dados alarmantes sobre violência digital contra crianças e adolescentes. De janeiro a julho de 2025, a central recebeu 49.336 denúncias anônimas de abuso e exploração sexual infantil na internet – número que representa 64% do total de notificações de crimes cibernéticos no período e um aumento de 18,9% em relação ao mesmo intervalo de 2024.

Inteligência Artificial como Ferramenta de Violação

Pela primeira vez, o relatório detalha o uso criminoso de inteligência artificial para produção de materiais abusivos:
  • Manipulação de imagens reais para criar cenas de nudez;

  • Geração de conteúdos hiper-realistas através de comandos de texto;

  • Criação de deepfakes envolvendo menores de idade.

Thiago Tavares, fundador da SaferNet, alerta: "Aplicativos de IA permitem que criminosos 'desvistam' pessoas em fotos reais. Isso configura crime sob o Estatuto da Criança e do Adolescente".

Impacto de Influenciadores e Mobilização Legislativa

Em agosto, a denúncia do influenciador Felca sobre perfis que promovem adultização infantil viralizou, resultando em 6,2 mil denúncias em 12 dias – 52% delas após o vídeo. O caso acelerou a tramitação do PL 2.628/2022 na Câmara dos Deputados, que exige que plataformas digitais previnam o acesso de menores a conteúdos inadequados.

Como Agir e Denunciar

A SaferNet mantém canais especializados:

  1. Central Nacional de Denúncias: safernet.org.br/denuncie (anonimato garantido);

  2. Formulário para deepfakes: Canal específico para relatos envolvendo IA;

  3. Disque 100: Para casos de violência sexual presencial ou digital.

A entidade busca depoimentos de adolescentes vítimas de imagens não consensuais via IA para embasar políticas de proteção.

Contexto e Resposta

Especialistas atribuem o aumento das denúncias à maior conscientização pública, mas alertam: "A violência digital é real e deixa marcas profundas. Famílias devem monitorar atividades online e dialogar abertamente sobre riscos".

FONTE: SaferNet Brasil – Relatório Janeiro-Julho/2025/ Ag Brasil Foto Bruno Peres

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